A fenomenologia da Transgeracionalidade, conforme desenvolvida por Anne Ancelin Schützenberger e a fenomenologia das Constelações Sistêmicas segundo Bert Hellinger, revelam a profundidade das conexões entre gerações, mostrando que as experiências, traumas e padrões de comportamento não se limitam a um indivíduo, mas se estendem ao longo das gerações dentro de uma família. Essa compreensão nos leva a ver o ser humano não como uma entidade isolada, mas como parte de uma teia ancestral, onde as vivências dos antepassados influenciam diretamente a vida dos descendentes. Anne Ancelin, através de seu conceito de psicogenealogia, explora como os traumas, segredos e eventos não resolvidos podem se manifestar em gerações subsequentes. Ela propõe que a “lealdade invisível” às questões não resolvidas dos ancestrais pode levar indivíduos a repetir padrões de comportamento, doenças ou destinos trágicos, muitas vezes sem uma compreensão consciente do porquê. Esta lealdade é uma expressão do inconsciente coletivo familiar, que busca, de alguma forma, resolver ou integrar aquilo que foi reprimido ou negado pelas gerações anteriores. Hellinger, com seu trabalho nas Constelações Familiares, mostra como os sistemas familiares operam com base em ordens ocultas que buscam o equilíbrio e a reconciliação. Ele identifica que, para que um sistema familiar encontre paz, é necessário que todos os membros, inclusive os excluídos ou desonrados, tenham seu lugar reconhecido. Assim, as constelações familiares ajudam a revelar essas dinâmicas ocultas e a possibilitar que os descendentes se libertem de destinos difíceis, honrando, mas não carregando, os fardos de seus antepassados. Para mim, essa visão fenomenológica da transgeracionalidade encontra uma ressonância profunda na análise de sonhos conforme proposto por Jung e Hillman. Jung vê os sonhos como manifestações do inconsciente, onde o conteúdo arquetípico e pessoal se entrelaça para comunicar algo essencial ao sonhador. Para Jung, o inconsciente não é apenas um repositório de memórias pessoais, mas também uma expressão do inconsciente coletivo, que inclui as experiências e sabedorias de nossos ancestrais. Os sonhos, então, podem refletir tanto os conflitos e dilemas do indivíduo quanto os de sua linhagem, oferecendo uma via para a resolução de questões transgeracionais. Hillman nos convida a ver os sonhos não apenas como mensagens a serem decifradas, mas como experiências a serem vividas e compreendidas em seu próprio contexto simbólico. Ele propõe que, ao explorar os sonhos, não devemos buscar uma única interpretação, mas permitir que as imagens e emoções do sonho nos revelem múltiplas camadas de significado, muitas das quais podem estar enraizadas em dinâmicas transgeracionais. Quando relacionamos a fenomenologia da transgeracionalidade com a sabedoria implícita na análise dos sonhos segundo Jung e Hillman, percebemos que os sonhos podem ser vistos como veículos através dos quais o inconsciente familiar se manifesta. Assim como as constelações familiares revelam padrões ocultos, os sonhos frequentemente trazem à tona imagens e símbolos que nos conectam com nossos ancestrais e suas histórias. Essa integração de conceitos nos oferece uma visão rica e profunda do papel que os sonhos desempenham na nossa compreensão de nós mesmos e de nossa família. A análise dos sonhos nos permite acessar as camadas mais profundas do inconsciente, onde as memórias e os padrões transgeracionais residem. Ao trabalhar com esses sonhos, podemos não apenas curar as feridas individuais, mas também liberar as cargas que foram passadas de geração em geração. A fenomenologia da transgeracionalidade e a análise dos sonhos nos conduzem a uma compreensão de que a cura não é apenas um processo individual, mas também coletivo e ancestral. Ao honrarmos os nossos sonhos e as histórias que eles revelam, permitimos que o inconsciente se expresse e integre as experiências do passado, trazendo paz e equilíbrio para as gerações futuras. Assim, curamos não apenas a nós mesmos, mas também contribuímos para a cura de nossa linhagem e da psique coletiva. Se você tem interesse em estudar sobre a Análise dos sonhos, tenho a gravação do Workshop Os 3 Oráculos da Alma disponível para venda. (Acesse aqui).
Nossos medos e sonhos se encontram constantemente
Nossos medos e sonhos se encontram constantemente, como se “medissem forças” para determinar quem prevalecerá. Para aqueles que acreditam que esta não é nossa única passagem pelo planeta, podemos supor que já nascemos tendo que escolher entre sentir medo ou realizar nossos desejos. A questão é que optar pela realização não é tão simples, pois essa escolha não depende apenas de nossa vontade. Está impregnada de dramas pessoais, muitas vezes mais complexos do que gostaríamos e que nos impedem de ignorar os medos. Nossa memória é rica em lembranças dolorosas que nos dizem: “Cuidado, desista, você não é capaz, você não merece”. Embora também tenhamos boas experiências é incrível como nos apegamos mais à dor do que ao prazer. Estamos condicionados(as) a sentir mais a presença do sofrimento do que da alegria e satisfação. Portanto, precisamos fazer um esforço consciente para sair desse estado. Uma boa prática é construir novas conexões neurais. Para isso, é necessário observar o que vem primeiro: pensamentos de fracasso ou de sucesso? Se forem pensamentos de fracasso, um mecanismo interessante é perguntar a si mesmo: “E o que vem depois?” A escolha é sua, e a melhor opção são pensamentos positivos que contradigam os negativos. No entanto, só ter pensamentos positivos não é suficiente para criar novas conexões neurais. É preciso trabalhar o lado não racional do cérebro, oferecendo imagens e sensações novas, pois nosso objetivo é alcançar a alma, que está além do intelecto. Portanto, contemple beleza e bondade. Ouça sons que elevem suas emoções. Leia algo que promova espiritualidade e conscientização. Assista a conteúdos que inspirem compaixão e alegria. Fale apenas o que ajuda a crescer. Em suma, aprenda a escolher o melhor para você, fora do ambiente entorpecido que os “poderosos” insistem em nos manter. A ação mais importante é mergulhar profundamente em si mesmo(a), através de um processo terapêutico sério e eficiente, que deve ser encarado como um investimento de saúde para crescimento e transformação. Quando os medos e os sonhos colidirem e você se sentir abatido(a) e preso(a) no fundo de um poço, pare! Feche os olhos, respire profundamente e deixe-se inundar pelo silêncio, pois somente no silêncio conseguimos ouvir nossa essência e mergulhar na Fonte Divina de todas as possibilidades que estão à espera para se manifestar. Nenhuma escolha feita a partir do ego pode ser comparada àquela feita a partir do Eu, do Self. Medite sempre e mantenha-se aberto(a) a novas experiências que os cinco sentidos normais não conseguem nos oferecer. Coragem e muito trabalho para você!
Meditação Lugar Seguro
Temos um Lugar Seguro dentro de nós, cuja imagem é sempre de muita natureza envolvida. Esse Lugar Seguro ou Jardim Secreto aparece sempre nos nossos sonhos, imaginações ativas, meditações e devaneios. Ele é arquetípico, uma ideia primordial de segurança, refúgio e proteção. Tem um papel significativo em nossa psique pois simboliza o ponto de contato com o nosso Self. É um espaço sagrado e íntimo, onde o crescimento pessoal e a cura podem ocorrer. “É ele o sítio do crescimento, do cultivo de fenômenos vitais e interiores. Só é possível penetrar no jardim por uma porta estreita.” Nele podemos explorar nossos sonhos, fantasias e sentimentos mais profundos sem condenação ou culpa e nos possibilita integrar os aspectos ocultos e conflituosos de nós mesmos(as). Acessar esse Lugar Seguro pode ser revelador de insights muito poderosos sobre nossos medos, desejos e potenciais ainda não revelados. Explorar esse ambiente nos auxilia a experimentar cura emocional e transformação pessoal. Ao nos reconectarmos com esse espaço encontramos uma fonte inesgotável de força e sabedoria que nos permite navegar pelos desafios da vida com maior autenticidade e aceitação! Gravei uma meditação de reconexão com o Lugar Seguro para você! Espero que goste!
Os livros são grandes mestres orientadores
Eu amo ler!Foi uma das coisas que aprendi muito rápido na minha infância.Comecei nos gibis de Maurício de Souza e hoje me aventuro por títulos e autores diversos, embora meu maior interesse sejam as questões do inconsciente e da consciência.Os livros são grandes mestres orientadores e alimentam nosso conhecimento nos tirando da ignorância, que certamente é o pior mal que enfrentamos na humanidade.Mas eles não nos respondem às questões básicas que nos angustiam porque elas só podem ser respondidas por nós, uma vez que direcionam o nosso propósito de vida:1. QUEM SOU EU?2. PARA QUÊ ESTOU AQUI?3. QUAL O SENTIDO DA MINHA VIDA?4. QUAL A MINHA RESPONSABILIDADE DIANTE DO TODO? É de suma importância instruir-se, tanto quanto possível, mas é fundamental realizar sua jornada individual com honestidade e mergulho profundo em si mesmo(a).É preciso munir-se de coragem, curiosidade e espírito aventureiro para entrar na Floresta onde “a luz não faz curva” e ir em busca do castelo onde se encontra o Santo Graal, o grande símbolo de transformação e transcendência.E lá, diante do Rei do manco e do cálice fazer as perguntas certas para obter as respostas que te permitirão encontrar o caminho do coração que te leva para o reencontro com o seu Si-mesmo (Self)!Deixo aqui algumas dicas de livros que me ajudaram muito no meu processo de autoconhecimento:1. O Código do Ser – James Hillman2. Autobiografia de um Iogue – Paramahansa Yogananda3. O Graal: Arthur e Seus Cavaleiros – Maria Zelia de Alvarenga4. Mulheres Que Correm com os Lobos – Clarissa Pinkola Éstes5. O Universo Autoconsciente – Amit Goswami
Nossa responsabilidade por um mundo melhor
Somos todos(as) responsáveis pela manifestação de um mundo melhor!Parece óbvio e redundante, mas não é. Porque se fosse certamente não estaríamos enfrentando desafios desnecessários até hoje.A questão passa por muitos temas sociais e naturais: economia, saúde, política, educação, relacionamento, clima. Mas tudo converge no ser humano. Tudo espera no ser humano.E o que esperar do ser humano?O que esperar de cada um(a) de nós?Certamente é preciso sair da “caverna que nos acorrenta e que nos permite ver apenas sombras das realidades verdadeiras.”Para isso é fundamental a coragem para transgredir o que não nos serve mais e ousadia para buscar o novo solucionador! Faz sentido pra você?
Na tragédia experimentamos muitos sentimentos
Na tragédia experimentamos muitos sentimentos: dor, empatia, admiração por heróis e heroínas anônimos(as), indignação pelos aproveitadores e outros.É a dualidade humana escancarada.Que possamos responder com compaixão, solidariedade, ação transformadora e muita reflexão para podermos reconstruir não apenas o que foi perdido, mas também nossos valores mais caros e laços comunitários.
O grande entrave é certamente um ego não trabalhado
A ideia de que a flecha da evolução humana está direcionada para o exercício do Bem Maior é um assunto aberto à discussão, mas independentemente das teorias que tentam compreender a evolução da espécie humana, seria maravilhoso pensar nessa possibilidade como uma Verdade a ser manifestada!Enquanto responsáveis que somos pela gestão do planeta, nossas ações têm um papel fundamental! Através da nossa senciência, inteligência, criatividade e capacidade de cooperação podemos influenciar o curso da evolução, nossa e de outras espécies, numa direção mais honesta e justa.O grande entrave é certamente um ego que não trabalha a serviço do Self ou Si-mesmo. Ele torna-se um ego inflado, narcisista, egoísta, amedrontado, reativo e voltado exclusivamente para o individual.Precisamos desinflar o ego e ampliar nossa autoconsciência! Vão aqui algumas dicas:• Exercite a empatia;• Não leve tudo para o lado pessoal;• Seja generoso(a) tanto quanto possível;• Cuide de sua Criança Interior para não se tornar um adulto(a) infantilizado(a);• Mergulhe no autoconhecimento profundo. E se tiver mais dicas que você queira compartilhar conosco, coloque aqui nos comentários!!
Precisamos evoluir
A gente fala em evoluir, mas não é evoluir só tecnologicamente! Precisamos evoluir o pensamento, os significados, as construções culturais, as nossas expressões sociais, o nosso modus operandi diante da vida! Nós, seres humanos que temos uma inteligência cognitiva e habilidades desenvolvidas provavelmente mais complexas do que os outros animais não humanos, temos, então, a responsabilidade de fazer com que tudo o que se manifesta através de nós aconteça de forma mais saudável e adequada para o meio ambiente como um todo. Isso implica desenvolver seres humanos melhores, mais coerentes com valores arquetípicos superiores como amor, justiça, bondade etc e mais conscientes da importância fundamental do papel individual na coletividade. E essa evolução, experienciada de forma profunda e assertiva é nosso propósito de vida, nossa jornada do herói e da heroína, que começa no olhar sincero e honesto para a nossa criança arquetípica, a nossa criança interior, que é a síntese de tudo o que vivenciamos até agora. E essa jornada é um movimento que nos leva “de volta para casa”, para o nosso Self, nosso Si-mesmo, nossa Essência!
Adentrar nas profundezas
Eu penso que todo mundo deveria saber mais sobre psicologia, não só o psicólogo! Porque é a ciência que estuda algo muito peculiar dos seres humanos: a Psique. Como viver melhor, mais saudável, mais autêntico e espontâneo se não temos boa noção dessa instância em nós? Como nos relacionarmos afetivamente bem se não conhecemos os movimentos inconscientes em nós e nos outros? Como liderarmos a nós e à sociedade se conhecemos pouco ou equivocadamente o universo psíquico de quem lidera? Toda a base de construção das estruturas sociais tal qual as vivenciamos são produto da psique humana. Quanto mais doente, piores as manifestações! Quanto mais saudável, mais chance de transformarmos a nós e ao planeta num mundo verdadeiramente justo e feliz! O que você sabe sobre psique humana ou tem dúvida a respeito e gostaria de esclarecer?
Busca do Si Mesmo
Essa é a busca do “si mesmo”. O “si mesmo” é o self na tradução do nosso português, mas é que acabou ficando a palavra usada como referência para todas línguas. Se você falar self em qualquer língua, em qualquer país, eles vão entender que você está falando de uma busca pelo si mesmo. O Self é o arquétipo da totalidade e também o centro regulador da psique humana. Ele é o ponto central e a circunferência que engloba tanto a consciência como o inconsciente. Ele compreende em si, ao mesmo tempo, a nossa singularidade e a nossa unidade e é um divisor de águas na segunda metade da vida, onde nossa jornada passa nos exigir uma síntese, um legado de nós mesmos(as). Faz sentido pra você?