Por Que Encarar a Morte com Respeito e Reflexão
Precisamos encarar a Morte e tratá-la com respeito, desde já, não importa o momento em que nos encontramos na vida. Precisamos desconstruir o pavor que fomos ensinados a ter por ela, porque ela e a Vida são uma só. Uma não acontece sem a outra.
Ao longo da história da humanidade, e com bastante arrogância, fomos superlativizando o exercício do viver e colocando o exercício do morrer “debaixo do tapete”. Do ponto de vista da simbolização psíquica isso foi uma tragédia. Ficamos mancos(as) quando não vivenciamos as duas polaridades. E por isso acabamos por desenvolver uma doença coletiva que se expressa hoje numa negação, num retardo insano, de várias formas, da única experiência inevitável da qual temos certeza!
O Epitáfio como Síntese de Uma Vida Consciente
Eu tenho feito um exercício muito legal, que tem me auxiliado a me aprofundar muito em mim mesma que é escrever meu epitáfio. Porque não quero que ninguém faça isso por mim. Acredito que sou responsável pela minha vida e pela minha morte até o final. E com a chegada dos meus 54 anos, o período da menopausa e o chamado da metanóia, decidi que não quero mais perder o tempo de “nadar contra a maré” do inevitável. Então vou partilhar um pouco disso com vocês.
O epitáfio é mais do que uma inscrição em pedra; é a síntese de uma vida. Escrevê-lo é um ato de coragem, uma escolha consciente de abraçar a morte não como um fim sombrio, mas como um arquétipo superior que nos convida à reflexão profunda sobre a transformação e a transcendência.
Transformando a Relação com a Morte: Do Medo à Aceitação
A morte, por mais que nos cause desconforto, é uma presença constante e inevitável, que nos lembra do tempo que temos e da importância de vivê-lo com propósito. Em vez de temê-la, devemos acolhê-la e dialogar com ela, deixando-a nos ensinar o que realmente importa. Escrever o próprio epitáfio é uma prática de autoconsciência, um exercício de clareza sobre o quanto nos aprofundamos em nós mesmas(os) e o que queremos deixar como nosso legado.
Na verdade, estamos escrevendo nosso epitáfio desde antes do nosso nascimento. Ele é iniciado por nossos pais, que, conscientes ou não, nos abrem a porta da vida ao se unirem e permitirem nossa chegada ao mundo. Esse ato, marcado por escolhas, consequências e narrativas que dão início à nossa história, já carrega os primeiros traços do nosso dharma, do nosso propósito.
Quando nascemos, trazemos conosco potenciais e possibilidades. Cada decisão que tomamos, cada valor que cultivamos, cada marca que deixamos no mundo vai compondo essa narrativa. Escrever o epitáfio é, portanto, tomar as rédeas desse processo e declarar, com consciência, a história que foi possível contarmos ao final.
Escrever o Epitáfio: Um Ato de Coragem e Autenticidade
A morte não nos rouba a vida; ela a confirma. Ao colocar um ponto final na nossa jornada, ela consolida o que fomos, o que criamos e o que oferecemos ao mundo. Escrever nosso epitáfio é declarar quem somos, qual é o nosso propósito e como queremos ser lembrados. É a nossa chance de sintetizar o que há de mais essencial em nós e compartilhar essa essência com quem fica.
A morte, enquanto arquétipo, transcende o físico. Ela fala de ciclos, de transformação e da capacidade de renascer. Assim como a morte marca o fim de uma existência, o epitáfio marca o início de como nossa vida será perpetuada na memória e no coração dos outros.
Escrever o próprio epitáfio não é um exercício para o final da vida. É algo que pode — e deve — ser feito enquanto estamos no auge de nossa vitalidade, enquanto temos a chance de alinhar nossas escolhas com o nosso propósito. É perguntar: “O que eu quero deixar para o mundo?” e “Como minha existência pode ecoar além de mim mesma(o)?”
Ao escrevermos nosso epitáfio, temos a oportunidade de refletir sobre o que nos move e o que queremos realizar. E, também, sobre quem estamos sendo e o nosso vir a ser.
A Morte e o Propósito: Reflexões Sobre o Legado que Deixamos
Esse exercício nos chama à coerência, à honestidade e à conexão com nosso dharma. Ele nos lembra que não vivemos para acumular coisas ou agradar os outros, mas para sermos fiéis àquilo que somos e àquilo que viemos realizar.
Nosso epitáfio não é apenas uma frase bonita em uma lápide. Ele é escrito todos os dias, em cada escolha, cada relação, cada momento em que decidimos viver de forma autêntica. Quando reconhecemos isso, vivemos com mais presença e mais intenção, sabendo que estamos criando uma história que vale a pena ser contada.
Nosso epitáfio deve ser um reflexo do que vivemos, não do que os outros esperam de nós. Ele não deve ser ditado pelas convenções ou expectativas externas, mas pela essência de quem somos. Ele é, acima de tudo, um ato de liberdade: declarar com clareza o que significa ter vivido.
Viver Plenamente para Escrever um Epitáfio Memorável
Escrever o próprio epitáfio é uma forma de honrar a vida enquanto ela acontece. É um compromisso com a autenticidade e a realização. É, como a morte, um ato de confirmação. Ao escrevermos nosso epitáfio com consciência não estamos apenas aceitando a impermanência; estamos transcendendo-a, deixando uma marca que é nossa, e somente nossa.
Que possamos viver de forma a escrever, ao final, algo simples, mas poderoso: “Aqui jaz alguém que viveu plenamente, que encontrou propósito e deixou o mundo um pouco melhor do que encontrou.”
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