O “caminho do dever” é o contraponto do “caminho do coração” e vice-versa.
Quando estamos no dever não estamos necessariamente escolhendo com o coração as experiências que vivemos.
No caminho do dever experimentamos o “ter que”, independente da nossa vontade, condição e disponibilidade. É o caminho da dominação e da submissão nas relações, onde a empatia não tem lugar.
Nos estressamos horrores nesse caminho. Nos tornamos amargas(os) e duros(as) para darmos conta de realizar o “ter que” exigido. Podemos ser honestos(as) com a tentativa de fazer o certo e o melhor, mas para darmos conta de tanta pressão temos a tendência de nos transformar em “tratores” que saem destruindo tudo para se realizar.
Geralmente no fim da vida, quem só trilha esse caminho experimenta a melancolia e a sensação de ter vivido a vida em preto e branco.
Já o caminho do coração acontece pela via do ser e ocupa-se da relação entre o eu e o outro com muito carinho e cuidado. Nele, o si mesmo e o outro ocupam o mesmo lugar.
No caminho do coração o fazer e o ser acontecem por escolha e de forma equilibrada. Eu costumo dizer que nesse caminho nós somos fazendo e fazemos sendo.
Já dizia Dom Juan Matus a Carlos Castaneda no livro A Erva do Diabo que “um caminho é apenas um caminho e não há afronta para si ou para os outros em abandoná-lo, se é isso que seu coração lhe diz. Observe cada caminho de perto e deliberadamente. Experimente quantas vezes achar necessário. Então pergunte-se sozinho uma pergunta: esse caminho tem um coração? Se isso acontecer o caminho é bom. Caso contrário é inútil”.
O desafio dos novos tempos é trilharmos o caminho do coração, e isso implica num processo de transcendência da dualidade e suas polaridades para cada vez mais podermos experienciar a Unidade e a Integração!
Há algo importante e misterioso além do certo e do errado, do bem e do mal, do feio e do bonito e tantas outras polaridades que precisamos acessar intuitivamente para expandirmos a consciência para a possibilidade da transformação!
E você, topa trilhar esse caminho?!